quinta-feira, 13 de maio de 2010

My deadly and adorable sin



"Do vício, das necessidades e da liberdade."

"Tentei! Eu juro que tentei o quanto pude
mas não consegui conter
voltei a escrever
vivo lutando contra isso
esse vício
tenho sofrido
Convenientemente tento maquiar isso como uma necessidade
mas qual o vício que não é uma necessidade?
de um tempo pra cá comecei a questionar-me se escrever era um talento ou uma maldição
As palavras me agouram,
a minha mente é um jardim, e esse talento é um jardineiro que arranca as melhores flores para um ritual inútil...
que não vai receber o fogo, que não vai conjurar espíritos poéticos imortais
Vivi muito tempo, e o caminho da minha vida perde-se nas linhas que escrevo
palavras que fenecerão com o tempo
como o efeito do bater de porta
Procuro desesperadamente sentido para o que faço
erro em esperar um retorno sentimental, em querer tocar corações intocáveis
as minhas palavras deveriam ser como bumerangues
mas são como pedras que eu as lanço e jamais voltam
como falcões mal treinados que voam para longe e por longe permanecem
Tenho escrito pelos motivos errados
deveria escrever, morrer e então esperar a imortalidade e o reconhecimento
Acredito que se alguma vez me veio em mente uma ideia de um milhão de dólares eu a troquei por uma frase poética, a meia luz, a meio volume de um blues a Norah Jones
Me sinto viciado quando olho em volta e nada vejo além de uma garrafa de solidão
25 anos e no copo, dois dedos dessa bebida amarga com gelo, o seu gelo...

Olhar pela janela e ver que a noite chegou, e que a chuva rega as minhas incertezas
Percebo, que de uma forma doentia, eu gosto disso, dessa liberdade
de ser assim como sou
Um pequeno pássaro voando onde não deveria voar
eu tenho sapatos mas eu gosto de sentir as pedras
meu cobertor me aquece, mas com ele eu nunca entenderei as razões do frio
Sou a folha e você o vento, sem você tenho vida mas não tenho movimento
degusto o meu prazer à minha maneira
Não sinta inveja
pois já vivi a metade útil da minha vida fazendo coisas inúteis
Se escrevo ainda é uma tentativa de tentar te ter mais concreta
mais viva dentro de mim
Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito
e eu escolho escrever, me apressar
e colher um texto verde como este
se estivesse esperado amadurecer provavelmente estaria mais doce, mais agradável
no entanto permanecerá assim, e de resto...

só silêncio falará por mim..."


Texto lindo de Izaú Melo
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